Cesariana e “minhas regras”

Sociedade que considera aborto, direito incondicional da mulher, faz restrições a cesarianas. E se 100% das mulheres quiserem fazer cesariana, qual o problema?

Todos têm voz. OMS, ministérios públicos, universidades, associações médicas. Todos opinam sobre a quantidade de cesarianas, usam, inclusive, um termo indevido, epidemia. Se o corpo é da mulher, as regras deveriam ser dela também, em todas as situações, não apenas no aborto.
Pode haver risco de vida? Aborto também pode acarretar. Cesariana é anti natural? Quer coisa mais antinatural, do que aborto provocado?
Quer assegurar à mulher o direito a seu corpo e regras, poderia começar pela forma dela dar à luz. Ela prefere estar sedada e só sentir dores depois, na cicatrização? Seu corpo suas regras.
A mulher pode não querer estar em posição incomoda, estrebuchando-se para dar à luz, sendo invadida, apalpada à força, tendo que atender comando dos outros, respirar quando mandam, empurrar quando mandam. Isso talvez não sejam suas regras.
O primeiro mundo tem incidência de cesarianas mais baixa? Eles são eles, nós somos nós. O Brasil tem muita mestiçagem, possibilidade maior de biotipos diferentes, entre mãe e pai, dificultando a hora do nascimento. Além disso tudo, seriam regras das brasileiras e deveriam ser respeitadas.
A mulher não quer saber se os percentuais estatísticos estão altos, ou baixos. Quer suas próprias regras e pronto. “Seu corpo, sua regras”. Quer dar à luz do seu jeito.

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