Mea culpa

Fui uma menina considerada muito inteligente. Todos achavam, em casa, amigos da família, parentes, no colégio. Aprendi a ler praticamente sozinha e com cinco anos lia até revistas de adultos. No colégio, entregava as provas cinco minutos depois de começadas e quase sempre tirava dez e ficava em primeiro lugar.
Achava que meu futuro seriam as estrelas. Pena que meu pai era muito controlador e me limitava muito. A mãe, também, não ficava atrás. Acabei seguindo uma profissão, trabalhei no serviço público e hoje sou aposentada.
Durante boa parte da vida tive uma frustração. Não brilhei numa universidade do primeiro mundo, não fui parar na NASA, por causa dos meus pais.
Até que um dia, caí na real. Porque não me rebelei, por que não corri atrás, quando fiquei adulta? Aliás, rebeldia era minha especialidade. O que me faltava era o principal: Determinação! E o muito inteligente, também, era relativo. Estaria à altura da NASA?
Passei uma grande parte da vida, talvez até à meia idade, justificando, para mim mesma, que não cheguei mais longe, porque meus pais me bloquearam. Quem me bloqueou, fui eu.

Comentários

  1. Quando crianças temos
    muitos sonhos, e continuam na adolescência e chegam a fase adulta.
    Mas devido várias circunstâncias da vida, a gente vai se acomodando e nem sempre conseguimos realizar nossos sonhos.
    Mas o importante é prosseguimos nesta caminhada da vida, sem importar por não ter realizado isto ou aquilo. Nesta altura da vida, o que mais importa é o nosso bem estar e nossa paz.

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  2. Não adianta olhar a vida vivida no retrovisor e buscar impor culpa por atitudes não tomadas, importante é procurar fazer o melhor a cada dia, que traga prazer, harmonia e paz, nesse tempo de vida que nos resta.

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  3. Tenha certeza que viveu tudo e vive o que tinha e tem para viver!!!

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