Zoológico humano

Livro recente da família Schurmann traz uma passagem, na Ásia, onde visitam um povo que é preservado, o povo Sikerei. Coisa horrível, como podemos em pleno século XXI conviver com isso?
Esse povo Sikerei, para alguns é motivo de orgulho, por  terem mantido a cultura intacta, coisa de sociólogo. Para chegar à sua aldeia atravessam trilhas com lama, cheia de sanguessugas, ate a canela, tropeçando em raízes expostas de árvores e pinguelas de troncos roliços e escorregadios. Andam descalços, levando carga pesada nas costas. Nas moradias penduram crânios dos animais abatidos, sem critério, a maioria macacos. Ambiente com muitos milhares de mosquitos. Fumam um cigarro atrás do outro. Expectativa de vida, cinquenta anos. Lembremos que fumo é um habito que o europeu pegou de povos indígenas.
Com o Ianomâmi deve ser mais ou menos a mesma coisa. Não seria hora de explorarmos as jazidas minerais e darmos um banho de loja neles. Deixarem eles experimentarem tudo que a civilização já produziu, inclusive expectativa de vida de oitenta anos?
Parece que querem uns Jardins Zoológicos de nativos. Pior, esses povos todos já tiveram contato conosco, muitos foram até vacinados e comeram cestas básicas de nossos alimentos. Se um dia comprovarem que o ser humano civilizado errou de todo e por isso está em extinção. Que os defensivos agrícolas e as vacinas tomadas (aqui só conjectura, sou inteiramente a favor de vacinas) danificaram – nos definitivamente, esse povos primitivos sequer serviriam, como peças de reposição.
Nossos antepassados, das cavernas, ao evoluir, foram trazendo todo mundo, inclusive os antepassados dos sociólogos atuais, que adoram Paris e Nova York. Estes sociólogos não precisaram ficar raspando pedra, para fazer virar roda.

 

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