Nova era

O mundo é, como sempre, baseado no modelo norte americano e europeu. Dos que estão nas pequenas cidades, carentes de mão de obra, para serviços simples. Seus cidadãos estudaram e os filhos saem, também para estudar e depois ganhar a vida profissional. Não querem atrair mais mão de obra estrangeira, com muitos filhos que, muitas vezes indisciplinados, acabarão constituindo gangues. Os salvatruchas e até brazucas, na América e orientais na Europa. Gangues já bastam as próprias.
Querem o sossego dos seus. Por isso, pintam suas próprias casas, consertam vazamentos e montam os próprios aparelhos e cada vez querem  mais automação. Pior, esse modelo mudou para nosso lado, cheio de gente desempregada e o mercado, agora o chinês, acompanha.
Um ventilador, por exemplo, vem em caixa  ajustada, fácil de armazenar e desmontado em duas, ou três partes, que se encaixam, não tão facilmente, quanto as instruções mostram. Nós viemos daqueles tempos do eletrodoméstico totalmente  acabado e que o único problema era observar a voltagem. Em casa, era plugar e pronto!
O pior é que essa mudança nos pegou idosos. Nós que, quando jovens, comprávamos uma TV e a assistência técnica vinha em nossa casa montar, à custa do fabricante, que entregava pronto para uso.
A assistência técnica hoje é um 0800, que nos passa de robô em robô, ou um WhatsApp, também atendido por robô e que apenas nos dão instruções complementares, para fazermos nós mesmos. Conseguir falar com alguém, ou digitar um agendamento domiciliar, à nossa custa, é claro, é algo muito encoberto.
Agora, com mãos e joelhos crepitando temos que fazer tudo e sofrer as consequências no esqueleto.

 

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