Medo

Tenho medo de morador de rua. Vítima da sociedade ou das próprias escolhas, o certo é que tenho medo. Medo de que seja um morador de rua bandido, ou bandido travestido de morador de rua. Causam-me arrepios. Mudo de calçada e aperto o passo para chegar em casa. Medo de perder o celular onde armazeno minha vida. Medo de facada ou agressão de esquizofrênicos largados ao Deus dará. Medo, também, de bandido travestido de funcionário de concessionária, de flanelinha ou de filhinho - do - papai. Estes, porém, não me causam arrepio, causariam surpresa.
Medo do sistema, a serviço de políticos corruptos. Roubarem minhas economias. Sei que banqueiros ou políticos podem ser piores, mas desses, me iludo, pensando que consigo me defender ou, pelo menos, não há o imediatismo da demanda.
Por conta do medo do morador de rua é que mudo de calçada, sentindo-me indefesa.
Deveriam ser recolhidos a abrigos.
Visão de pessoa medíocre de classe média, que não enxerga a grandeza da mistura social, que treme por uma possibilidade de facada e não por injustiças sociais.


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