Mulheres e escravos

Fui feminista, no início da adolescência, antes de surgir a Betty Friedan. Questionava limitações, não naturais impostas às mulheres. Sabia que os cuidados, com as crianças, era função feminina, porque é o que via na espécie animal. Agora, porque mulher não podia ir sozinha em determinados lugares, se gatas e cadelas iam sozinhas, onde queriam? Ah, mulher ficava mal falada e gatas e cadelas, não ligavam para isso. O importante é que a maioria das mulheres aceitava naturalmente, cuidava de não ficar mal falada, falava das outras e pronto!
A recorrente questão dos salários acreditava que o mercado, ou as instituições dariam conta. Na época eu nem dizia o mercado. Achava que algo intangível resolveria. Que se uma mulher, recebendo menos, produzisse exatamente o mesmo, que um homem, trabalhasse nos mesmos horários e estivesse disponível, sempre que necessário, os patrões só iriam querer mulheres trabalhando, para pagar menos. Homens aceitariam salários iguais, aos das mulheres, para não ficarem desempregados, acabaria equilibrando.
Ah, mas mulher nem sempre pode comparecer, o filho adoece, a família precisa de atenção! Então não é disponibilidade igual. Quem teria que compensar essas diferenças seria o Estado, não o patrão
Coisa semelhante pode-se dizer sobre os escravos. Escravidão era cultural desde a fonte, na África. Sabiam que vencidos, nas guerras, viravam escravos. Mesmo escravizados, havia os que lutavam para não continuar como perdedores e buscavam fugir. Mas, pelo que se sabe, pelos livros antigos, a maioria aceitava a sua condição naturalmente. Era escravo de seu fulano, como hoje é empregado de seu fulano. E como se vê em livros escritos, na época, não nos atuais, havia o dono bom, que alimentava bem e batia pouco e os ruins, como o demônio. As pessoas já eram acostumadas, com pais que batiam nos filhos, para disciplinar, achavam que fazia parte. Acredito, que a maior parte da escravatura não tenha sido um vulcão prestes a explodir, como é mostrado em livros de Historia, hoje em dia e sim, um ambiente normal de trabalho.

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