Celibato

O celibato dos padres, imposto pela Igreja Católica, pode ter a ver, com a forma de corrupção no Brasil.
Desde a criação do nosso país, a Igreja exercia muita influência. Pecado e crime se confundiam. Os padres tinham a prerrogativa de ser a palavra de Deus, o povo não lia a Bíblia. Ensinavam os Dez Mandamentos e pelo menos na aparência, cumpriam nove.
Tinham certa facilidade em obter o necessário para viver. As pessoas acreditavam estarem doando a Deus, eles não se viam em apuros, a ponto de roubar. Assistiam à missa aos domingos, eles mesmos celebravam. Mostravam piedade para com o próximo, sincera ou não. Não matavam, eram o guia espiritual, não o segurança da aldeia. Respeitavam a mulher do próximo, aquela que era legitimamente casada, à lei da igreja. Eram, por dever, moderados nas ações.
Mas o sexto mandamento não. Essa questão de celibato pesava. Na época, a carreira do sacerdócio era de indicação familiar, em geral um dos filhos do meio; mesmo que fosse um ás de sensualidade. Certamente acabava prevaricando e todos sabiam.
Consta que o usineiro reservava, para o padre, a escrava mais bonitinha. Sabe, ele é homem e tem suas necessidades. E outra, para si próprio, porque não era de ferro. Considerava que esse negócio de pecado, seria deixar muito visível. Se fizesse, por baixo dos panos, estaria muito bem.
A mulher do usineiro sabia. Afinal, era ela quem inspecionava a arrumação do quarto do padre. Os escravos também sabiam. Os jovens acabavam sabendo, pelos criados. Os índios viam o padre com a índia, no meio da plantação.
Resumindo, ficava tudo bem, só não podiam alardear. Não era como o protestante, que cobrava exemplo, por parte do pastor; este casado. Se ameaçava o adúltero, com penas do inferno, teria que ser o primeiro a dar exemplo. Fornicação, do pastor, não era perdoada. Cobriam, os amantes, com melado e penas e expulsavam da cidade, à própria sorte.
A cultura do fazer, sem alardear, passou para a vida civil. O sacristão, que viu o padre agarrando a beata, achava que podia roubar um dinheiro da sacristia, desde que fosse discreto. E assim por diante. O usineiro podia sonegar açúcar, seu filho podia pegar uma moeda, escondido e não confessar.
Em todas as culturas há roubos, mas achar que, com jeitinho, com cumplicidade dos circundantes, está tudo bem; pode sim , ser consequência do celibato.


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