Royals
A família real inglesa tem que se reinventar, se quiser sobreviver. Esse papel de segundo, “spare”, o que sobra, como diz o Harry é muito inquietante. Em boa parte da existência não consegue ter vida própria, porque tem que estar a postos para ser convocado, se o irmão mais velho se tornar incapaz, morrer, ou renunciar. Este tem até esse direito, o de renunciar. O segundo tem que ficar ali a postos, até que o primeiro tenha a própria descendência e ele vire o João Ninguém a que estava destinado. Sobrou.
Do passado, não se tem muito conhecimento, fora lutas ferozes, até guerras, mas em época relativamente recente, a princesa Margareth acabou se dedicando ao vicio de bebida e cigarros, por não conseguir viver a própria vida, namorar quem gostava e sabendo que a qualquer momento cairia do galho. Acabou morrendo cedo, pelos padrões reais.
O príncipe Andrew, spare do rei Charles, herói da guerra das Malvinas, também. Assim que foi empurrado para fora da realeza, ficou com os amigos que sobraram. Acabou se deixando envolver por companheiros inadequados, quando deixado para trás e já divorciado, virou pedófilo, com mulher de 17 aninhos. Com essa idade as tataravós dele já deviam ter mais de um filho. A Anne não chegou a ter problemas, porque caiu do galho com apenas dez anos e sua vida, ate aquele momento, não poderia ter sido muito diferente.
O príncipe Harry, o spare, lutou no Afeganistão. Para isso serviu. Lutar em guerra e enobrecer o nome da família real. Se morresse teria o funeral de direito, com todas as carruagens, pompa e circunstância, além das honras militares.
No futuro não vai ser diferente. A Charlotte também vai se dar conta de que não é nada, nos padrões reais. Não ficará nem um pouco diferente de alguma prima afastada, que sempre pode fazer o que queria.
Deveriam deixar os demais filhos serem o que quiserem e viver como quiserem. É claro, que bem educados, têm educação de elite, se precisar assumir a realeza, aprendem em poucas aulas. Muito mais fácil e menos desgastante, do que administrar uma queda. Se fosse um médico, por vocação, poderia como rei, uma vez por semana, abrir uma porta lateral para atender populares. Se fosse um cantor, poderia cantar em alguma data especial para seu povo.
Só quem perderia seriam os tais tabloides.
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