Republiqueta

Com a Lava-a-Jato e a tecnologia dos últimos anos, chegou-se a pensar que a corrupção no Brasil estava para acabar, ou reduzir bastante. Cultura de delações premiadas, aparelhos sofisticados para gravar, filmagens, interceptação imperceptível de ligações telefônicas, tudo isso iria inibir as pessoas de mostrarem a sua sanha por abocanhar o indevido. Grande engano!
No passado sabia-se que autoridades não discutiam assuntos indevidos no gabinete, por medo de que alguém, até gente de dentro, ter instalado algum gravador. Preferiam discutir caminhando pela ruas, consideravam seguro para ambas as partes.
No Regime Militar, naquele sequestro do embaixador, dizem que para grampear os telefones tinha que haver um agente com uniforme da telefônica mexendo nos cabos telefônicos, em frente ao imóvel. Grampeavam com grampo mesmo. Agora não, grampeia-se até do outro lado do mundo. Não há mais lugar seguro para falar.
Só que ninguém mais se importa. Depois que desfizeram toda a Lava-a-Jato, devolveram o dinheiro a quem tinha feito uso indevido, permitiram eleição de quem estava com ficha suja, acabaram os empecilhos. Pode ser filmado de frente e de perfil, falar claramente em bom português, sem usar palavras de disfarce, que dá tudo em nada. Viramos uma republiqueta daquelas de quem tudo é tolerado.

 

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