Paulo Freire 2
Num supermercado, um funcionário jovem, de boa fala e boa aparência, com tudo para chegar, no mínimo, a gerente, me ofereceu uma embalagem de 5 l de água a R$ 8,49, quando eu já tinha pegado várias de 2l a 2,49 cada. Esta aqui está mais barata, senhora. Imediatamente retruquei: Não, essa está mais cara. Peguei a calculadora do celular e mostrei que a de cinco litros a 8,49 estava bem mais cara. Eram marcas assemelhadas.
Ele ficou espantado e chamou outro funcionário, para mostrar, porém o outro não demonstrou interesse. O meu interlocutor continuou: Sempre pensei que com a embalagem maior seria mais barato, muito interessante isso que a senhora está mostrando. Eu gosto muito de matemática, gostaria de fazer Engenharia. Seguindo a conversa, ele disse ter segundo grau.
Na mesma época uma menina de onze anos, filha da babá dos meus sobrinhos netos, garota muito inteligente e esperta, que sabia tudo sobre aplicativos de celular e sincronização com smart TV disse que não gostava de Matemática. Que a escola tinha ensinado números até 100 e que agora ia ensinar as centenas. Na noção de matemática que ela acabou ficando, numero servia para contar a partir do um. Sabia que 37 era 1, 2, 3, ..., 36, 37. Com os outros números a mesma coisa. Perguntei: E com as centenas? Ela: Sei lá, a gente tem que contar até lá. Comecei a ensinar um pouco de matemática para ela, começando por perguntar qual número vinha antes ou depois de outro, para ela se desapegar daquela contagem compulsória, a partir do 1. Uma pena, a COVID interrompeu.
Tanto o rapaz como a menina tinham vivacidade e eram interessados. Nota-se o vazio, que esse estudo de aprovações automáticas lhes proporcionou. Crianças e jovens precisam de cobrança, ainda não têm maturidade para levar estudo a sério, por conta própria, além da balbúrdia que o desinteresse deve provocar na sala de aula, prejudicando um ou outro que ainda esteja interessado.
Mesmo com décadas de aplicação das teorias de Paulo Freire, incentivando a politização do estudante e não o aprendizado, continuam votando em políticos que apenas visam o próprio lado, com apropriação direta, ou criando sinecuras para si próprios. A maioria do povo continua mal alfabetizada e sem noção de como funciona uma economia, quais indicadores lhes mostrarão maiores garantias de qualidade de vida e bons serviços públicos.
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Marxismo não foi feito para ensinar nada, é feito para gerar massa para luta de classes
ResponderExcluirSem sombra de dúvida.
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