Boas lembranças

Deus vai tomando a vida da gente aos poucos, mas, em compensação, dá algo em troca: as lembranças. Especialmente as boas lembranças. Como a gente pensa tanta coisa, em uma fração de minuto. Como temos lembranças! Como elas saltam para lá e para cá! Falo das boas lembranças. As más a gente tem que pensar, apenas tangenciando. Melhor ainda, enterrar bem fundo.
Como é bom lembrar os momentos positivos. Por isso, pessoas em extremo grau de Alzheimer conseguem lembrar músicas que conheceu. Música é tudo de bom.
De repente estou cantarolando com meu bebê, recém nascido, segurando as perninhas encolhidas sobre meu ombro para aliviar uma cólica. Dando tapinhas de leve, nas costas, sabendo que a dor ia passar, até ela dormir e eu sentir o corpinho relaxado.
O pensamento pula para outro cenário: Entardecer dirigindo de Petrópolis para Copacabana, já passando pela Linha Vermelha, sabendo que vinha o trevo, o elevado, o túnel Rebouças, a Lagoa. Apreciando o céu azul do final de tarde, perfeitamente achada, entre todos aqueles veículos, sentindo prazer de estar ali. Sentindo-me, como se diz agora, empoderada.
Entre um e outro, vem lanche com o namorado, com bate papo, ou um baile de carnaval.
Viver também é isso: Cultivar as boas lembranças.



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