Orelhão
Para alertar as pessoas, que ainda arrumam justificativa para o Estado fornecedor, lembro do tempo da telefônica estatal. Linha telefônica era rara, patrimônio declarado no imposto de renda. Havia planos que a pessoa pagava e atrasava, no mínimo cinco anos, em relação à data prevista. Em balneários, como Guarapari era coisa difícil. O que salvava era algum orelhão, estes também raros. Dependiam de prestígio político e a maioria do pessoal ali, votava em outro estado.
Tenho historia para contar, inicio dos anos noventa, ainda não tinha o celular corujinha, que funcionava entre 20:00h de um dia, até as 8:00h do dia seguinte.
De férias em Guarapari, o orelhão era a forma de me comunicar com familiares, em Vitoria. Estava, com minha filha, então bebê, em um posto de combustível, que tinha menos fila que o do supermercado. Havia um único cidadão grudado no orelhão. Só dizia duas frases, lembro até hoje, ficaram marcadas para sempre, no meu cérebro.
Não vou voltar na quarta. Você pega todo o dinheiro do caixa e compra macarrão. É, compra tudo de macarrão. Não, na quarta eu não vou. Falei que ia, mas não vou. Pega todo o dinheiro do caixa e compra de macarrão. Todo. Compra tudo de macarrão. Já disse que não vou. Você quer que eu grite que não vou? Q U A R T A E U N Ã O V O U, entendeu? E não esquece. Compra tudo de macarrão, o dinheiro do caixa, todo. T O D O ! Compra tudo de macarrão. Não adianta ficar aí falando, quarta já disse que não vou. ............................................................................................................................................ (10–15) minutos ......................................................................................................................................................................... Compra tudo de macarrão. Limpa o caixa. Quarta eu não vou, JÁ DISSE !..............................................................................
Eu, com bebê no colo tentava pedir que ele abreviasse e ele botava mais fichas. Até que lá pelas tantas, se mancou: Tem uma mulé aqui, com bebê no colo, tenho que desligar. Mas não esquece, compra tudo de macarrão!
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