Aceitação
Comparando pessoas, imprensadas em ônibus superlotadíssimo, sem lugar para respirar, com o embarque de gado, lotação e espaço respeitados, um veículo encostando, assim que o anterior lotou, dá para se perguntar: Porque não transportam gente como gado? Seria muito mais humano.
Vendo, também, como muitas pessoas encaram a aparência das outras, raça, biotipo, essas coisas, vale pergunta semelhante, porque não olham pessoas como animais.
As pessoas conseguem se apaixonar por um pet, mesmo que ele esteja a quilômetros da estética convencional. Gostam de cachorros, cavalos, animais em geral aceitando a sua configuração física individual e até distorções.
Pode ser um galgo com pernas longuíssimas, ou um corgi de pernas curtíssimas. Gostam de cães de focinho longo, curto, achatado, barrigudo, gordo, orelhas curtas e longas, pelagem negra, clara, malhada, com malhas simétricas e sem simetria, pelo liso, eriçado, cara com mancha em volta do olho. O mesmo em relação ao couro, ou plumagem de outros animais, inclusive répteis.
Há canarinhos lindamente amarelinhos, cardeal com a cabeça de maravilhoso vermelho vivo e também uns passarinhos de penas amarronzadas, sem graça, mas quem os ama, ama mesmo, tudo é válido.
Por que as restrições só aparecem quando se trata de seres humanos? Isso não está certo.
Ao sair à rua, deve-se olhar as pessoas, com quem se cruza, com o mesmo olhar de aceitação, com a mesma compreensão e simpatia, com que se olha os animais.
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