Comprometimento

A cidade ficando perigosa, gente cada vez mais com medo de sair às ruas, depois do anoitecer. Cada vez mais bandidos soltos, nas tais audiências de custódia. Os juízes da custódia pretendem agir como qualquer trabalhador de salário mínimo. Solta, para não assumir responsabilidades. Para não se comprometer, é o que dizem.
Não decidem, assim como médicos que têm que tomar decisões difíceis, assumindo o risco de aplicar a única dose do medicamento, no paciente que considera ter mais condições de se curar. Depois de refletir, aplica ali anos de conhecimentos, adquiridos nas aulas da faculdade, nos hospitais e prontos socorros.
Assim como o engenheiro assume o risco de analisar com o seu conhecimento e dizer que aquele pilar pode ser recuperado, ou que aquela barragem está segura, sofrendo as conseqüências, se estiver errado.
O juiz teria que analisar a situação, ver o risco que o bandido oferece à sociedade e assumir mantê-lo preso. Se não há vagas suficientes, no sistema prisional, que analise se é hora de soltar aquele que foi preso anteriormente e que oferece menor risco, enfim, que se comprometa. Para isso recebe salário majestoso, incompatível com a realidade nacional, muitas vezes superior a outras carreiras, que exigem conhecimentos e responsabilidade de nível assemelhado, ou maior.
Para simplesmente fazer o que mandam as normas e jurisprudências, ele não é necessário, a sociedade pode economizar. O próprio policial, que faz a prisão pode inserir os dados em um computador, dar um enter e ter a decisão na hora.

 

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