Angústia
Quando tinha 3 anos, em 1992, minha filha passou um período em que não comia nada. Nada mesmo. Passava as 24 horas do dia com um total de 100 ml de leite tomado em uma mamadeirinha, em porções que não chegavam a 30 ml cada. Sobreviveu, porque o ser humano tem grande resistência.
Falava com a pediatra: Ela não come nada. Dizia, com essas palavras exatas, à pediatra: “Ela não come nada, parece ter aversão à textura dos alimentos. Mesmo comida passada em peneira fina.” Se insisto para que ela coma vomita, ou joga fora escondido.
Minha fala era interpretada de todas as formas, menos na forma real. Não pode forçar a criança a comer. Ela ficou que era só cabeça e barriga. Dizia para minha irmã, também pediatra, que minha filha não comia nada e ela retrucava: a criança sabe o que quer comer, não adianta forçar.
Até o dia que notaram que ela estava com desnutrição extrema. Fui acusada de tudo e começou a difícil tarefa, de fazer com que comesse alguma coisa. A pediatra disse “NÃO PODE DAR MAMADEIRA”. Falei seriamente: Se eu não der mamadeira, ela vai morrer.
Recentemente em 2019 surgiu a matéria *, confirmando, com as mesmas palavras: “Aversão à textura dos alimentos”, o que eu dizia. Só que a minha filha não tinha bolsos para esconder os alimentos, como a criança da matéria, jogava atrás da porta.
Agora, adulta, com diagnóstico de Autismo nível 1, ela vive outra situação estranha. Passa o dia no quarto, quase totalmente escuro, sem fazer coisa alguma. Não trabalha, vive de alguma renda que tem. Escurecedor black-out fechado. Não abre a janela, nem deixa entrar o sol. Sai por breves minutos para ir à farmácia em frente, ou comprar alguma coisa na padaria ao lado. Sai do quarto para pegar a comida no elevador (pede pelo IFood) e ir ao banheiro . Tento falar, mas não há forma. Já comuniquei ao psicólogo e ao psiquiatra. Tento deixar para lá, para ver se resolve por si, mas sinto que vai agravando.
Talvez daqui a dez ou vinte anos, surja uma matéria sobre o assunto, para amenizar minha angústia, mas dificilmente estarei aqui para tomar conhecimento.
Falava com a pediatra: Ela não come nada. Dizia, com essas palavras exatas, à pediatra: “Ela não come nada, parece ter aversão à textura dos alimentos. Mesmo comida passada em peneira fina.” Se insisto para que ela coma vomita, ou joga fora escondido.
Minha fala era interpretada de todas as formas, menos na forma real. Não pode forçar a criança a comer. Ela ficou que era só cabeça e barriga. Dizia para minha irmã, também pediatra, que minha filha não comia nada e ela retrucava: a criança sabe o que quer comer, não adianta forçar.
Até o dia que notaram que ela estava com desnutrição extrema. Fui acusada de tudo e começou a difícil tarefa, de fazer com que comesse alguma coisa. A pediatra disse “NÃO PODE DAR MAMADEIRA”. Falei seriamente: Se eu não der mamadeira, ela vai morrer.
Recentemente em 2019 surgiu a matéria *, confirmando, com as mesmas palavras: “Aversão à textura dos alimentos”, o que eu dizia. Só que a minha filha não tinha bolsos para esconder os alimentos, como a criança da matéria, jogava atrás da porta.
Agora, adulta, com diagnóstico de Autismo nível 1, ela vive outra situação estranha. Passa o dia no quarto, quase totalmente escuro, sem fazer coisa alguma. Não trabalha, vive de alguma renda que tem. Escurecedor black-out fechado. Não abre a janela, nem deixa entrar o sol. Sai por breves minutos para ir à farmácia em frente, ou comprar alguma coisa na padaria ao lado. Sai do quarto para pegar a comida no elevador (pede pelo IFood) e ir ao banheiro . Tento falar, mas não há forma. Já comuniquei ao psicólogo e ao psiquiatra. Tento deixar para lá, para ver se resolve por si, mas sinto que vai agravando.
Talvez daqui a dez ou vinte anos, surja uma matéria sobre o assunto, para amenizar minha angústia, mas dificilmente estarei aqui para tomar conhecimento.
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