A Informação e o tempo

Os romances antigos tinham que ser muito descritivos. Grande parte dos leitores não tinha idéia de como era o mar, não conseguia imaginar um deserto como o Saara, uma metrópole, uma floresta virgem ou uma área coberta de neve. Muitos nunca tinham visto uma pessoa de etnia diferente, ou um anão. Animais selvagens, conseguiam conceber apenas um ou outro que existia nas redondezas. Tudo tinha que ser descrito minuciosamente. Os livros eram caros, as pessoas tinham poucos à disposição e bastante tempo para ler descrições minuciosas.
Com o tempo veio o cinema e os leitores passaram a ter feedback visual de avião descendo em aeroportos, de uma caravana no deserto, de canoa descendo o rio Amazonas, de uma cena de guerra, ou de um passeio em Paris. Os livros estavam mais acessíveis, dividiam tempo com rádio e cinema e televisão e passaram a ser menos descritivos.
Agora estamos no domínio na Internet. O dia continua tendo as mesmas vinte e quatro horas e recebemos enxurrada de informações, de todos os lados. As redes sociais, informativos online, streaming, e-books, e-mails, busca que fazemos no Google, além de TV a cabo com dezenas de canais e a mídia impressa que continua existindo. Como conseqüência, muitos não lêem os textos nem assistem os vídeos até o fim, ficando com opinião, às vezes, oposta à pretendida.
Por isso, os textos e vídeos, hoje, tem que ser curtos, se quisermos que sejam apreciados integralmente.

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