Alagamentos em Vitória

As redes de drenagem pluvial de Vitória, ES foram projetadas, há muitas décadas, para funcionar por gravidade, despejando no mar, com alguma eficiência, apenas em situações de marés médias a mínimas. São redes muito superficiais, com pouquíssima declividade, devido estarem, em quase totalidade, na parte baixa da cidade, em alguns pontos até abaixo do nível da maré máxima. A pouca declividade causa retardamento na chegada das águas ao mar, ou às estações de bombeamento, estas construídas em épocas relativamente recentes, causando alagamentos.
As estações de bombeamento não sugam águas das ruas. Apenas criam uma situação similar à de maré baixa, para as águas que chegam até elas, permitindo o escoamento. Se, por retenção, a água não chegar em grande quantidade, até o poço da estação de bombeamento e todas as bombas forem ligadas, entrarão em cavitação e pararão de funcionar.
As redes antigas eram projetadas tendo por base uma chuva, que poderia ser superada em 10 anos. Agora são 25 anos. Quer dizer, se houver manutenção regular e evitado o lixo nas vias urbanas e desmatamento nas encostas, só haveria inundação na ocorrência de uma chuva tal que, superior a ela, só uma vez a cada 25 anos.
Ao longo do tempo, as águas paradas, dentro das redes, principalmente quando há chuvas fracas, somadas ao lixo, que ali vai parar, causam incrustações que se tornam tão duras, quanto pedra. Só são removidas com martelete pneumático. A auto limpeza é impossível, nessas redes de declividade baixa. É necessária manutenção constante das redes, por parte dos órgãos responsáveis. E educação do povo, para evitar desaterros e desmatamentos nos morros e lançamento de lixo, em vias públicas.

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