Terceira Ponte, ainda

As controvertidas obras para ampliação da Terceira Ponte estão para serem iniciadas a qualquer hora. Foram contratadas, silenciosamente, na modalidade Regime Diferenciado de Contratação. A empresa vencedora, um tal Consórcio Ferreira Guedes- Metalvix, também executora do projeto, ao que consta na mídia já iniciou a execução da obra com aquisição de material, montagem de canteiro e mobilização de pessoal.
Só por esse motivo, pelo Regime Diferenciado de Contratação ter sido criado para obras e serviços necessários à realização da Copa do Mundo e Olimpíadas, já o torna merecedor de desconfiança. Só por esse regime diferenciado ter sido criado durante administrações que foram comprovadamente envolvidas na dilapidação de recursos públicos, o contrato deveria ser minuciosamente analisado.
O dito Regime Diferenciado de Contratação deveria durar apenas até 2016, mas parece que gostaram da coisa e mantiveram, porém para obras que se supõe emergência, como serviços de engenharia do sistema público de ensino ou da saúde, numa pandemia, por exemplo. Agora, já se sabia que as cidades servidas pela Terceira Ponte precisavam de mais ligações, desde o final dos anos 1990.
Muito ao contrario do que foi feito, qualquer contrato para mexer na Terceira Ponte deveria ser muito cuidadoso, porque se trata de obra de alto risco, já que envolve objeto de valor incalculável para o público atingido. Qualquer dano pode ser de difícil reparação, não é como fazer um hospital de campanha. O projeto deveria ter sido contratado à parte e amplamente divulgado e discutido por entidades capacitadas, antes de se providenciar a contratação das obras.
Com o envolvimento do Estado em licitação suspeita, divulgada agora, como o escândalo do pen-drive, é hora da sociedade capixaba, dos parlamentares, do Tribunal de Contas e do Ministério Público escanearem minuciosamente esse contrato envolvendo a Terceira Ponte.

 

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