Cloroquina e Viagra

Depois de reconhecida pela atual dona do mundo, a China , muitos passaram a ver a cloroquina com outros olhos, mas ainda há quem tenha resistência.
Materia recente, da BBC, faz até um comparativo inócuo: João estava com dor de cabeça, tomou suco de laranja e a dor de cabeça  passou. Fazem até uma pergunta: Podemos afirmar que a dor de cabeça de João passou porque ele tomou suco de laranja? A resposta obvia seria não.
Falando sobre medicamentos, uma substância, citrato de sildenafil teria sido desenvolvida para o tratamento da hipertensão. No entanto, desde os primeiros testes clínicos, os homens foram surpreendidos por um efeito: Uma melhora na ereção. É claro, que para lançar no mercado com esta finalidade, certamente teve que passar pelos testes protocolares. Não se tratava de emergência. Os demais efeitos colaterais já deveriam estar mapeados, na proposta inicial e dentro do que a medicina considera aceitavel. Daí o remédio ser liberado, para a nova finalidade, foi um pulo. Hoje o Viagra é considerado medicamento pioneiro, contra disfunção erétil. Medicina é assim, têm pesquisas e também acasos..
Voltemos então à velha e politizada Cloroquina. Não foi como a laranjada do João. O presidente deve ter recebido informação, através de médico, em quem confiava, de que era sabido, no seu meio, que populações que se tratavam com Cloroquina, para alguma doença endêmica, eram resistentes  a viroses, que iam e vinham; como essas gripes avassaladoras. Não pegavam, ou adquiriam de forma atenuada. Nem sempre, o médico de campo é também professor. Nem sempre tem tempo, verba, disposição, ou até habilidade para realizar um trabalho científico. Sabe o que viu e pronto. Havendo emergência e na falta de opções viáveis, certamente o sensato seria tentar aquilo, que foi comprovado na prática.
Até porque as populações que fizeram uso, sistemático, da cloroquina não foram dizimadas. Continuam aí, com saúde, para contar suas histórias. 

 

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