Achismo

O homem não saiu das cavernas por meio de trabalhos científicos. Faltava tudo. Para começar, faltavam regras e gente para avaliar. Escrever com pauzinho na areia era difícil e efêmero. Não havia escrita regulamentada, no máximo desenhos toscos e ele não poderia perder tempo. Tinha que fazer mesmo, o que achava que teria que ser feito e pronto.
O achismo não ficou nas cavernas. Acompanhou a humanidade, paralelamente até os dias atuais. Achar é observar um sistema, processar instantaneamente e tirar as próprias conclusões, valorizar o próprio feedback. É ir acumulando experiências e usar as conclusões anteriores, para achar as próximas.
Quem não acha, não tem idéias próprias. Ou, o mais provável, é que as tenha e pouca autoconfiança para assumir.
Achismo é um misto de intuição com feedback. É necessário para um trabalho científico rigoroso. Usando o feedback, primeiro acha, ou intui, o que deve acontecer no sistema, que está pesquisando e escolhe essa linha. Existe uma esfera de direções em torno de nós, todas levando para o infinito. Seria necessário um tempo infinito para alguma conclusão, se não se achasse algo, no início.
O achismo puro é descompromissado. Ninguém pode tomar oficialmente uma atitude porque acha alguma coisa, tem que comprovar, aí entram os métodos científicos. Mas numa conversa, numa opinião política, no dia a dia, o achismo pode e deve reinar soberano.

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