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Família 2

Enchente de 1960, em Vila Velha, ES, transtorno geral na cidade*. Até ponte, na praia da Costa teve que ser demolida para abrir caminho para as águas. A estrutura tinha ficado atravancada de galhos e detritos de grande porte, até colchões, trazidos pelas águas, impedindo o esvaziamento de diversos bairros. O quintal da nossa casa tinha virado ponto de desova de resgatados pelo pessoal do Exército. Meu pai era o médico do então 3° BC, hoje 38BI e os soldados os entregavam ali, para socorros preliminares, de onde eram levados ao quartel para maior atendimento. Uma família da cidade se abrigou na vizinha igreja Batista. O pai era lixeiro, lixeiro de antigamente, nada de luvas e regras. O caixote de lixo, muitas vezes, era o mais desconjuntado que a casa tinha. O lixeiro acabava carregando o próprio caixote, também como lixo. Íamos muito lá brincar com as crianças. Eram muito pobres, no almoço de arroz, feijão ralo e farinha, um ovo era repartido. Minha mãe doou algumas roupas, elas ti...

Prisão e progresso

Historia contada pela minha mãe, ocorrida em Quaraí RS, lá pelos anos 1930/40. Um marceneiro pobre, que  vivia de poucos trabalhos, numa empolgação acabou atirando e matando alguém. Foi preso julgado e levado para cumprir pena em penitenciária na periferia da capital, Porto Alegre. Na penitenciária começou a fazer alguns consertos de móveis. Bancos, mesas, cadeiras e armários desconjuntados. Como era muito bom no que fazia, virou o marceneiro da prisão, tudo era ele quem consertava. Pedia que lhe arranjassem ferramentas, máquinas, madeira e aos poucos montou uma marcenaria. Começou a ensinar outros detentos, que viraram ajudantes. Chegou aos ouvidos do governador. Era época que tinha começado implantação do conceito de que penitenciária era para educar e a marcenaria, com os detentos trabalhando, virou matéria, para por nos jornais. Fez uma visita com a primeira dama, que adorou um móvel feito por ele e quis igual, para o palácio. A marcenaria, já com mais equipamentos e ele faz...

Situação de rua

Restaurante de Santa Lúcia, em Vitória, é arrombado pela 15ª vez neste ano. As autoridades explicam casualmente que são moradores de rua, desculpem, pessoas em situação de rua, que quebram vitrines de lojas, para sustentar o vício em drogas. O certo é que o empreendedor que tem naquele comercio o próprio sustento e dos poucos empregados não pode ter um prejuízo atrás do outro. Loja arrombada pela décima quinta vez? Os assaltantes usam pedras cada vez mais pesadas para quebrarem os vidros e com ferramentas arrombam as portas metálicas, destroem tudo. E por que não dizer moradores de rua? Moram mesmo. Dormem, acordam, levantam e tornam a dormir na rua, moram ali. Pessoa em situação de rua seria a pessoa que estivesse exercendo a função de rua, como um funcionário em situação de prefeito é alguém que está, por um período, exercendo as funções de prefeito. Pessoa em situação de rua ficaria deitada, para as pessoas transitarem pisando nela. https://www.agazeta.com.br/es/policia/furtos-em-...

Não talento

O não talento existe. Algumas pessoas não mostram ter planejamento natural para algumas atividades. Eu, por exemplo tenho vários não talentos. Talento nenhum para decoração, não consigo juntar dois móveis. Em mudança, ou entrega, deixo onde os carregadores, por conta própria colocam. Eles carregam móveis para casas chics e sabem onde colocar. Outro é para jardim. Em minha varanda tenho vários vasos com ervas daninhas. As plantas originais vão definhando, por trato inadequado e sigo cuidando das ervas daninhas, que vão surgindo, umas substituindo outras. Mantenho para abrigar insetos, para diversão da gata, incluindo aranhazinhas para comerem os mosquitos da dengue. Não talento para  moda. Bem entendido, moda de lançamento, para costura algumas pessoas acham que eu tenho talento. É aquela que os estilistas criam e a mídia impõe. Quando mostro a roupa linda, que comprei, sempre há quem diga que foi moda três anos atrás. Aliás, gosto da moda que está saindo, que já me acostumei e não...

Dúvida eterna

Estão fazendo novas medidas de segurança nas urnas eleitorais.* Não Adianta! A única segurança, que adiantaria, seria uma comprovação analógica, onde copias dos votos fossem depositadas em compartimentos internos. As urnas invioláveis ficassem sob guarda de vigilantes variados, incluindo, principalmente, da parte que poderia contestar o resultado. Ninguém é contra urna eletrônica, vieram para reinar. Apenas é necessária uma comprovação impressa, em compartimento especial. Como os tickets de lotéricas e caixas eletrônicos. Só não podem ser entregues ao eleitor, para o mesmo não ser forçado a quebrar o sigilo do seu voto. Tem que ficar depositado nos equipamentos. Na totalidade deles. Em qualquer duvida, urnas indicadas teriam apuração manual, com todos os olhos do mundo em cima. O custo não seria impeditivo. O Brasil já gastou muito mais bilhões contestando o comprovante impresso, do que se tivesse feito instalar. Não adianta biometria, não adiantam programas complexos, não adiantam ob...

Nova Era 2

Eras são períodos longuíssimos de tempo, englobam séculos e gerações. Acredito que só mudam por ocorrências graves, como catástrofes. Por uns poucos anos tive fé total na Lava-a Jato. Acreditava que a tecnologia moderna de filmagens e gravações faria com que autoridades corruptas temessem extorquir os que trabalham para o Estado. Engano total. O fim da Lava-a Jato comprovou isso, com o maior acusado liberado para candidatar-se a presidente e instalar-se no cargo e o dinheiro devolvido aos rapinadores. Toda filmagem ou gravação será simplesmente atribuída a inteligência artificial, sem passar por perícia especializada, pericias essas que, dependendo da situação, também poderiam ser compradas e caladas. Agora piorou e vai longe. Antes circulavam áudios e vídeos pelas redes, fazendo com que o povo esclarecido, pelo menos, tomasse conhecimento da realidade, que estava sendo ocultada. Agora nem isso, serão atribuídas simplesmente à inteligência artificial. Mesmo os mais descrentes podem...